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Laureano Cordeiro

Waikhana

Laureano Cordeiro foi um importante mestre do povo Waikhana (Pira-Tapuia), grupo indígena falante de língua da família Tukano. Vivia na comunidade Pohsaya Pitó (São Gabriel) à beira do rio Papuri, integrante da bacia do rio Uaupés, no noroeste da Amazônia brasileira.

Era um benzedor (kumu) reconhecido e grande conhecedor das histórias e dos conhecimentos ancestrais de seu povo. Preocupava-se em compartilhar esses saberes com as novas gerações, com propósito de um bom futuro para as culturas Waikhana e dos demais povos do Alto Rio Negro. Foi um dos protagonistas das expedições no Cobra-canoa pelos rios Negro e Uaupés que deram origem ao filme-documentário “Pelas Águas do Rio de Leite”. Faleceu no dia 22 de maio de 2020 na cidade de Manaus, onde se encontrava em tratamento da Covid-19.

FONTES

Foto de Destaque: Reprodução//Facebook – Pelas Águas do Rio de Leite (Vincent Carelli)

Fotos da Galeria: Reprodução//Facebook – Pelas Águas do Rio de Leite (Vincent Carelli) e Aline Scolfaro

Pelas Águas do Rio de Leite
https://www.facebook.com/pelasaguasdoriodeleite/posts/3132553383457001

Filme Pelas Águas do Rio de Leite (vídeo)
https://www.youtube.com/watch?v=CirpI_a_FJI

Monografia de Aline Scolfaro Caetano da Silva
https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/212

Geografia Indígena e Lugares Sagrados no Rio Negro – Aline Scolfaro
http://www.rau.ufscar.br/wp-content/uploads/2015/06/vol6no1_11_escofaro2.pdf

Ponakatú, 74

Asurini

Ponakatú ou Poangakatóa Asurini, ou ainda dona Vanda, foi a primeira de uma série de vítimas fatais da Covid-19 entre os Asurini de Trocará: ela faleceu no dia 22 de maio de 2020. Dois dias depois, morreram seu esposo (o cacique Purake), a irmã de Purake (Iranoa) e o pajé Sakamiramé. 

Esta tragédia de morte e epidemia não é nova entre os Asurini de Tocantins, mas não nos deixa de causar profunda tristeza. Ainda no final do século XIX, foi iniciada a construção de uma ferrovia que atravessou o território dos Asurini e dos Parakanã, levando doenças e perseguições. Houve revide por parte dos indígenas contra os não-indígenas, e contraofensiva armada e poderosa por parte dos invasores. Esta ferrovia, que só foi concluída em 1945, tinha por objetivo ter acesso aos ricos castanhais no entorno das atuais cidades de Marabá e Tucuruí, dentro do território indígena.

Por meio do verbete “Asurini do Tocantins” publicado na coletânea PIB/ISA escrito por Lucia Andrade da CPI/SP, sabemos que, os Asurini foram “pacificados” em 1953, depois de muita resistência. Nesta época contava-se 190 indígenas, que estabeleceram moradia perto do posto do SPI. 

Ainda segundo o levantamento do ISA, neste mesmo ano do contato, mais de 50 índios morreram de gripe e disenteria. Este período é descrito pelos Asurini como uma época onde não havia nem mesmo tempo para enterrar todos os seus mortos. A maior parte dos sobreviventes da catástrofe do contato retornou às matas ainda em 1953. Apenas um pequeno grupo permaneceu junto ao posto do SPI até 1956. Neste ano, porém, devido a desentendimentos com agentes indigenistas, esse grupo também fugiu para o interior da mata, regressando, todavia, para o posto em 1958. Já em 1962, o segundo grupo Asurini, que havia permanecido na mata, volta ao posto do SPI. Novamente, a gripe provoca uma série de mortes e os sobreviventes decidem voltar, mais uma vez, à região do Pacajá, longe das frentes de atração do homem branco.

Depois disso tudo, as ameaças à sua sobrevivência não pararam, como a construção da hidrelétrica de Tucuruí, iniciada em 1974, logo à montante do território asurini, e as obras de infraestrutura do projeto minerário Grande Carajás. 

Hoje, novamente, os Asurini do Tocantins convivem com a sombra mortífera das epidemias e da falta de assistência à saúde por parte dos invasores. O problema maior é que, agora, parece não haver mais espaço ou floresta para onde fugir!

FONTES

Foto em Destaque: Acervo do grupo de pesquisa HELRA CNPq e QUIMOHRENA CNPq
Fotos da Galeria: Acervo dos grupos de pesquisas HELRA CNPq e QUIMOHRENA CNPq; Diversidade Linguística (INDL – IPHAN/Ministério da Cidadania); Acervo dos grupos de pesquisas HELRA CNPq e QUIMOHRENA CNPq.

Diversidade Linguística (INDL – IPHAN/Ministério da Cidadania)
https://www.facebook.com/diversidadelinguistica/photos/a.598022100324557/612402838886483

Instituto Socioambiental
bit.ly/3gC5z4k

 

Daniela Teodózio, 30

Potiguara

Daniela Teodózio Potiguara faleceu de no dia 10 de maio de 2020 no município de Monsenhor Tabora, para onde foi transferida vindo de Tamboril. Mesmo depois da transferência, seu quadro continuou a piorar e solicitaram novo deslocamento para um hospital maior em Sobral. Neste, a ambulância em que Daniela era transportada sofreu um acidente, sem feridos, que a impossibilitou de chegar a Sobral. 

Daniela vivia na aldeia Grota Verde, no município de Tamboril, a cerca de 300 quilômetros de Fortaleza. Era uma mulher forte e importante liderança indígena Potiguara no Ceará. Em seu trabalho como Agente Indígena de Saúde era reconhecida por sua dedicação, por seu carinho e por estar sempre sorridente.

Segundo Maurício Santos, marido de Daniela, a comunidade em que vive tem entorno de aproximadamente 600 pessoas e ainda está sem a demarcação de terra, a maior parte das famílias sobrevivem de trabalhar nas terras de terceiros. A história dos Potiguara é repleta de sucessivas migrações forçadas, quando tiveram seus territórios invadidos por fazendeiros e grileiros. Hoje vivem em uma população de aproximadamente mil pessoas em sete comunidades nos municípios de Cratéus, Poranga, Monsenhor Tabosa, Tamboril e Quiterianópolis.

FONTES

Foto em Destaque: Enviado por Maurício Santos (marido de Daniela)

Fotos na Galeria: Enviado por Maurício Santos (marido de Daniela)

Brasil de Fato
https://www.brasildefatoce.com.br/2020/05/11/ceara-registra-primeira-morte-indigena-por-coronavirus

 

Sakamiramé, 93

Asurini

Sakamiramé Asurini sempre será um pajé e um dos líderes mais importantes do povo Asurini do Tocantins, que morreu de covid-19 no domingo de 24 de maio de 2020. Ele passou os últimos dias de sua vida em estado grave, numa unidade de pronto atendimento, na espera de um leito na UTI do Hospital Regional de Tucuruí (PA), mas não resistiu.

Junto com ele, foram embora outros parentes (vítimas da mesma epidemia) e boa parte da história de seu povo, sobre a qual fizemos um brevíssimo resumo neste Memorial. A linguista AnaSuelly Arruda coordenou um projeto, em parceria com Daniella Martins e Marlui Miranda (cantora, compositora e pesquisadora da cultura indígena), do qual resultou filmagens e gravação em áudio, formando um dossiê responsável por reconhecer a língua asurini como patrimônio da diversidade linguística do Brasil.

Na rede social da linguista, Marlui Miranda se expressou: “Querida Ana Suelly, Sakamiramé se foi, com ele todo o acervo da cultura Asurini. As flautas takuara! Estou muito muito triste! Ontem o ouvi cantando no Lali uma cantiga da lua!” Lamento para o qual respondeu AnaSuelly: “Marlui Miranda querida. Ontem reuni todos os materiais Asurini e vi você com eles nos filmes e nas fotos. Lindos, todos empenhados nos registros. Sakamiramé, Porakê, Poangakatoa, Luzia. Henonewára já havia falecido. Vão fazer uma falta imensa! Todo o nosso material vai ser muito útil e importante para o povo Asurini”.

Agora encantado, esperamos que os espíritos e os ensinamentos de Sakamiramé e de seu povo possam ser valorizados pelos jovens asurini, que os arquivos e filmes deixados pela equipe de AnaSuelly possam vir a circular para manter essa memória e reativá-la num futuro breve, e, assim atenuar a dor que hora circunda as pessoas e amigos dos Asurini.

 

 

FONTES

Foto em Destaque: Reprodução//REPAM

Foto da Galeria: Indígenas em Luto;  Reprodução//Facebook de Nataliane Noronha ; Resistência Assurini (via Cleide Lobato de Catro); Reprodução//Facebook deTiago Malcher; Sistema Floresta.

Diário Online
http://bit.ly/2ZOh42w

Nataliane Noronha
https://www.facebook.com/photo?fbid=1568555173314397&set=pcb.1568555849980996

Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM)
http://repam.org.br/?p=4756

Resistência Assurini
https://www.facebook.com/photo/?fbid=946037435477332&set=gm.776990022445163

Tiago Malcher
https://www.facebook.com/photo?fbid=10215682873802094&set=pcb.10215682874202104

Sistema Floresta

https://www.facebook.com/sistemafloresta/photos/a.332875250059134/518596024820388/
Indígenas em Luto
https://www.facebook.com/102445398175779/photos/a.102446294842356/111397430613909/

Puraké, 67

Asurini

O cacique Puraké Asurini, habitante da aldeia Trocará (TI Trocará), localizada a 18 km da cidade de Tucuruí (PA), faleceu no dia 24 de maio de 2020 pela Covid-19. Três dias antes, Purake tinha perdido sua esposa (Ponakatu) e sua irmã (Iranoa Asurini), vitimas da mesma doença. Todos eles pertencem ao povo Asurini do Tocantins, também chamado Asuriní do Trocará, ou Akuáwa-Asuriní.

Os relatos mais antigos contam que esse povo vivia, até o início do século XX, no rio Xingu, junto com o povo Parakanã. Depois os Asurini migraram para a bacia do rio Tocantins, quando foram contados pelos funcionários do SPI em 1953. A população era estimada na época em torno de 190 pessoas, mas vários conflitos com os não-indígenas e doenças reduziram-na, em 1962, a 35 pessoas. Em 2014, segundo dados da SESAI, a população tinha voltado a crescer para 546 pessoas.

O Professor Peppe Asurini assim nos dá a triste notícia da morte do cacique Purake e sua irmã Iranoa: “Eu Waremoa Asurini, o popular professor Peppe, venho através deste informar o falecimento daqueles que em vidas se chamaram cacique Puraké Asurini e Iranoa Asurini, carinhosamente chamada de dona Luzia, ambos irmãos, ocorrido ontem entre 22:00 as 23:00 horas da noite. Seu Puraké se encontrava no HRT e dona Luzia estava internada na UPA aguardando leito. A comunidade Asurini lamenta muito dessas duas perdas imensuráveis que ficaram em nossas memórias. Uma enciclopédia viva de conhecimentos tradicionais históricos e milenares do povo Asurini que se fecha e vai para a biblioteca divina. Eu, enquanto filho do cacique Puraké Asurini, fico muito abalado e muito triste com tudo isso que está acontecendo, até porque no dia 22 perdi minha mãe, dia 23, o cacique Sakamiramé, e ontem, dia 24, perdi meu pai. Então isso é muito doloroso para mim”.

FONTES

Foto de Destaque: Reprodução Gazeta do Pará

Fotos da Galeria: Acervo do grupo de pesquisa HELRA CNPq e QUIMOHRENA CNPq; Instituto SocioAmbiental (via Museu Virtual Tucuruí); Conexão Jornalismo.

Conexão Jornalismo
http://www.conexaojornalismo.com.br/noticias/entrevista-exclusiva-com-o-cacique-purake,-finalmente-libertado-no-para-ouca-1-40119?fbclid=IwAR0icsnjZE_-6KFlmKqXS2iXh2pR_kkQ_KbeM1lbNdh1r26ia8jPdbWPaI8


Gazeta do Pará

https://www.facebook.com/gazetapara/photos/a.1670005579978429/2506597782985867/

Museu Virtual Tucuruí
https://bityli.com/9dPzO

Outras Fontes Utilizadas

Instituto Socioambiental: http://bit.ly/3gC5z4k

Nova Cartografia Social da Amazônia: http://bit.ly/2yPFTjG

Iranoa Asurini, 64

Asurini

No dia 24 de maio de 2020, morreu Iranoa Asurini, conhecida carinhosamente como Dona Luiza. No mesmo dia, também faleceu seu irmão, o cacique Porake. 

A linguística AnaSuelly Arruda, estudiosa da língua e cultura de vários povos indígenas, assim se manifestou numa rede social: “Os Asurini estão indo embora! Quanta dor! Meus amados amigos!” Quem são eles? Responde a uma pergunta na mensagem, AnaSuelly: “Asurini do Trocará ou Tocantins é “UM POVO INDIGENA” Tupi-Guarani que vive em uma Terra Indígena localizada à margem esquerda do Rio Tocantins, a 18 quilômetros da cidade de Tucuruí. Vivem na menor Terra Indígena do Pará e foram esmagados pela Hidroelétrica de Tucuruí. É um povo lindo, de uma história milenar riquíssima. Os velhos que estão sendo vítimas do mal da atualidade são os conhecedores do tesouro Asurini: sua cultura e sua língua.” Na mesma rede social, a amiga Pilar Valenzuela se solidariza com AnaSuelly, dizendo que sua mensagem lhe parte o coração: “Es una verdadera tragedia perder tantos hermanos Asurini. Qué tristeza. En Perú la situación también es grave. Han fallecido 60 Shipibo y vemos que el covid sigue avanzando hacia más territorios indigenas. Un abrazo fuerte. Tristísima situación”.

Por meio do verbete “Asurini do Tocantins” do PIB/ISA, escrito por Lúcia Andrade da CPI/SP, podemos saber mais sobre a Terra Indígena Trocará. Ela é atravessada em toda a sua largura pela PA-156 que divide a área em duas partes. A aldeia e o posto da Funai ficam a leste da estrada, na porção banhada pelo Rio Tocantins. A parte situada a oeste é um retângulo de matas que constituem uma das últimas florestas virgens de certa proporção na região. A TI Trocará está encravada na região do Projeto Grande Carajás, que abrange o Estado do Maranhão e partes do Pará e Tocantins. Este imenso programa de exploração minero-metalúrgica, que consiste numa série de obras de infraestrutura (como a hidrelétrica de Tucuruí e a ferrovia que liga a Serra dos Carajás à São Luís), vem provocando mudanças radicais em toda a estrutura sócio-econômica da região habitada pelos Asurini.

FONTES

Foto em Destaque: Edgar Kanaykõ (Instagram: @edgarkanayko)

Foto da Galeria: Edgar Kanaykõ (Instagram: @edgarkanayko)

Instituto Sociambiental (ISA)
http://bit.ly/3gC5z4k

COIAB
http://bit.ly/2TSb4Sx

Messias Martins Moreira, 53

Kokama

Messias Martins Moreira, o Messias Kokama, faleceu aos 53 anos, em Manaus, no dia 13 de abril de 2020. A professora Claudia Baré reconhece que, nesta data, os povos indígenas perderam uma grande liderança que sonhou, idealizou e esteve à frente de um projeto reunindo cerca de 35 diferentes etnias no Parque das Tribos, bairro Tarumã, o primeiro bairro indígena de Manaus. Dentre essas etnias estão os Apurinã, Baré, Baniwa, Mura, Kokama, Karapano, Barassano, Piratapuia, Tuyuka, Tariano, Ticuna, Dessano, Marubo, Uitoto, Miranha, Curipaco, Wanano, Sateré, Tukano, Tupinambá (vindo da Bahia) e Canamari.

Glademir Sales dos Santos, pesquisador da “Nova Cartografia Social da Amazônia”, num texto-homenagem, refaz um pouco a biografia e o itinerário do líder indígena. Do povo Kokama, Messias Martins Moreira, nascido em 19 de setembro de 1966, veio da comunidade Tabaco, entre os municípios de Santo Antonio do Içá e Amaturá. Em Manaus, sua percepção crítica ao modo de proceder de lideranças em ocupações anteriores levou-o a se preocupar com a organização e a resistência do Parque das Tribos, unindo-se nesse esforço à sua tia, Raimunda da Cruz Ribeiro, e à prima, Lucenilda Ribeiro de Albuquerque; mãe e filha que vieram do município de Alvarães.

Reconhecido como cacique, Messias Kokama esteve à frente de muitas lutas, como na madrugada do dia 28 de novembro de 2014, quando policiais militares, acompanhados do batalhão de choque, da polícia civil e da cavalaria entraram na ocupação “derrubando moradias, batendo e obrigando os indígenas a tirar a roupa”. O cacique Messias enfrentou a violência e defendeu o “projeto de vida” indígena na cidade, contra toda sorte de preconceito e de estigma manifestados na acusação de serem “invasores travestidos de índios”. Como disse Sales dos Santos, o cacique Kokama “uniu memórias e pessoas, com espírito de guerreiro, e delas se despediu no dia 13 de maio de 2020 [vítima da Covid-19], deixando um projeto de vida, o Parque das Tribos. Os que não o conheceram terão a oportunidade de conhecê-lo através desse projeto de vida em construção, o Parque das Tribos, que se confunde com o seu espírito”.

FONTES

Foto em Destaque: Parque das Tribos Tarumã Amazônia

Fotos da Galeria: Divulgação// Facebook – Parque das Tribos e FEI – Fundação Estadual do Índio; De Olho Nos Ruralistas

De Olho Nos Ruralistas
https://deolhonosruralistas.com.br/2020/05/27/memorias-da-pandemia-messias-kokama-um-cacique-de-muitos-povos/

Nova Cartografia Social da Amazônia
http://bit.ly/2AaK3CS

The New York Times
https://www.nytimes.com/2020/06/18/obituaries/messias-kokama-dead-coronavirus.html?fbclid=IwAR2bZq3MquZzt-om9AJhrMvuFOwJfJAkSjYJkNdbakBplmCuBldgPUymxgE

Parque das Tribos Tarumã Amazônia
https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=2340846306019115&id=921406434629783

Adolescente Yanomami, 15

Yanomami

Um adolescente de 15 anos, do povo Yanomami, faleceu na cidade de Boa Vista (RR), no dia 09 de abril de 2020. Ele morava numa aldeia às margens do rio Uraricoera, região de entrada para parte dos milhares (estimados em 25 mil) de garimpeiros ilegais que, hoje, exploram ouro dentro da Terra Indígena Yanomami (AM/RR). Segundo a agência de notícia “Folha de São Paulo”, o jovem indígena estava nesta região quando seu estado de saúde piorou e ele foi transferido para a capital Boa Vista.

Esse caso aumentou a apreensão dos Yanomami. Entre os anos de 1960 e 1980, sua terra foi massivamente invadida por garimpeiros, o que resultou na morte de cerca de 15% da população indígena, sobretudo em decorrência de doenças como o sarampo. Essa tragédia foi contatada no livro “A queda do Céu”, de Bruce Albert e David Kopenawa.

Atualmente, com o preço do ouro em alta e a promessa do presidente Jair Bolsonaro de legalizar o garimpo dentro de terras indígenas, a invasão do território yanomami voltou a crescer assustadoramente!

Pela agência de notícias “Amazônia Real” ficamos sabendo que o adolescente yanomami vítima da Covid-19 nasceu na Comunidade de Helepe, na Terra Indígena Yanomami, em 02 de março de 2005. Ele estudava o ensino fundamental em uma escola da Comunidade Boqueirão, na Terra Indígena Boqueirão, dos povos Macuxi e Wapichana, no município de Alta Alegre, no norte de Roraima.

Ainda segundo a “Amazônia Real”, o adolescente passou 21 dias com os sintomas da doença, buscando por atendimento de saúde e não foi submetido no início da doença ao teste para Covid-19. Ele chegou a receber alta do Hospital Geral de Roraima. As internações aconteceram no período de 18 de março a 3 de abril e demostraram uma imensa fragilidade no sistema da saúde indígena. O diagnóstico da doença Covid-19 só foi confirmado no estudante yanomami no último dia 7 de abril, dois dias antes de sua morte.

Foto em Destaque: Edgar Kanaykõ (Instagram: @edgarkanayko)

Fontes
Amazônia Real: http://bit.ly/2M30fbYO  
Folha de São Paulo: http://bit.ly/36zf7YY